segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sobre o "adeus"

   Muitas pessoas temem as despedidas mais do que tudo, esse medo do fim que a maior parte dos humanos tem é algo que já foi explorado pelos melhores músicos, escritores, poetas e artistas em geral, mas o que alguns humanos não entendem é de onde vem esse medo.
   Despedidas simbolizam, para a maior parte dos seres humanos, o final de algo, só que se olharmos no grande esquema das coisas, uma despedida nada mais é do que o gatilho para uma nova etapa. Ser humano significa estar em constante mudança, aprender coisas novas todos os dias, conhecer pessoas e coisas desse tipo, só que nada disso seria possível se estivéssemos, para sempre, estagnados em nossas zonas de conforto, é aí que entra o real valor das partidas, ela permite que as engrenagens se movam, que sejamos forçados a fazer coisas diferentes, que tenhamos de visitar novos lugares e que possamos aprender com o passado.
   Existe um velho ditado que diz que nunca damos o devido valor as coisas até que venhamos a sofrer uma perda, e isso é um fato que é exemplificado pelo jeito como encaramos a perda. O sentimento de vazio que sentimos quando alguém morre é devido à três fatores, dos quais apenas um é relevante ao texto, são eles o lembrança de que ninguém é imortal, a noção de que jamais iremos ver aquela pessoa novamente e o medo das possibilidades(que é o item relevante). Quando nos deparamos com uma partida passa pelas nossas cabeças todas as vezes que negligenciamos aquela pessoa, todas as vezes que poderíamos ter sido mais atenciosos, todos os momentos que poderíamos ter vivido junto daquela pessoa, porém essas sensações raramente são externalizadas, nós apenas imaginamos "o que poderia ter sido", esquecendo completamente "do que foi".
   A grande verdade é que dizer adeus nos assusta porque somos complexos, porque temos um jogo de interesses escrito  em nosso código genético, porque não fomos quem gostaríamos de ter sido(as versões idealizadas do mundo que existem no cérebro humano), mas é difícil olhar para os aspectos positivos de nossas vidas nessas horas, nós nos sentimos culpados por estarmos felizes.
   Para encerrar quero deixar duas frases do personagem "The Doctor", da série "Doctor Who?", que sintetizam a mensagem que quero passar com esse texto: "The way I see It, every life is a pile of good things and bad things(...)The good things don't always soften the bad things, but vice-versa, the bad things don't necessarily spoil the good things and make them unimportant."(Do jeito que eu vejo as coisas, toda vida é composta por uma pilha de coisas boas e de coisas ruins. As coisas boas nem sempre amenizam as coisas ruins mas,  vice e versa, as coisas ruins não necessariamente estragam as coisas boas ou as deixam desimportantes.) e "We are all stories in the end.Just make it a good one,eh?"(Somos todos histórias no final. Faça uma boa então, não?)

Um comentário:

  1. Parabéns Luiz! É uma delícia ler o que vc escreve ! Continueeeee! Bjs

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